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11 de agosto de 2013

Eu e você.

"Ano 2022. Nossa casa (ou apartamento, tanto faz). Dois ou três filhos pequenos. Dia dos pais. A família sairia para almoçar em algum restaurante, depois de uma tentativa frustrada de fazer o almoço em casa (o feijão queimou e o arroz ficou empapado, isso sem falar na carne que não cozinhou direito). O filho mais velho perguntaria sobre como nos conhecemos. Eu diria que te observada na escola, frustrada, pois não sabia sequer o seu nome, e você não me enxergava. Você diria que, antes de me beijar pela primeira vez, eu passei a mão na sua bunda descaradamente, o que eu negaria de forma inútil, rindo e vermelha de vergonha. Eu contaria sobre o meu primeiro aniversário que passamos juntos, é, aquele mesmo, que você me deu a aliança de compromisso. Sobre como eu achei maravilhosa a surpresa que você preparou pra mim e, no meio da minha explicação, você me cortaria, contando que eu estraguei a surpresa, chacoalhando a caixinha para ouvir o que tinha dentro dela. Eu daria mais risada ainda, justificando: eu estava nervosa! Eu também contaria sobre aquele fim de semana que você sumiu, lembra? Me deixando desesperada! Dois dias sem dar sinal de vida, com o celular desligado. Eu lembraria que, em momento nenhum passou pela minha cabeça que você pudesse estar fazendo algo escondido de mim, como sair para beber ou até mesmo me trair. Eu me desesperei por acreditar que algo de ruim pudesse ter acontecido a você, e diria como me senti aliviada ao te abraçar após esse episódio. Nossa caçula diria, com a carinha sonhadora, que gostaria de ter e viver um amor como o nosso, um dia. Você forçaria nossos filhos a comerem salada, um deles faria birra, eu falaria pra você não insistir e você diria que eu estou tirando sua moral. 

Pediríamos sorvete de sobremesa e você faria aviãozinho para cada uma de nossas crianças - e para mim também, mas desviando a colher e colocando-a na própria boca quando eu fosse pegar. Antes de voltarmos para casa, pararíamos em uma praça por perto, para fotografar o pôr-do-sol. Você, fazendo careta, e eu ficando brava por você estar estragando as fotos (mesmo no fundo achando o resultado a coisa mais fofa). Tentaríamos por oito vezes tirar uma foto da família inteira, colocando a câmera no timer automático. Íriamos para casa, caminhando. Nosso primogênito de mãos dadas com você, o do meio em seus ombros e a mais nova adormecida em meus braços. Chegaríamos em casa. Daríamos um banho nas crianças e as colocaríamos na cama. Veríamos um pouco de tevê. Brigaríamos pelo controle, mas acabaríamos assistindo algum canal qualquer por um tempo. Decidiríamos de forma muito adulta (pedra papel tesoura) sobre quem limparia a cozinha do almoço frustrado e sobraria pra mim. Tomaríamos um banho (juntos) e por fim, nos deitaríamos também. O nosso dia chegaria ao fim. Seus olhos seriam as últimas coisas que eu veria naquele dia e as últimas palavras que sairiam da minha boca seriam “eu te amo”. Eu fecharia os olhos e, antes de adormecer, sentiria os seus lábios em minha testa, como você fazia todas as noites… E o “eu te amo” sussurrado saindo dos seus lábios entraria pelos meus ouvidos e encheria de cor os sonhos que eu já estaria tendo."

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